A EDUCAÇÃO BRASILEIRA PÓS PANDEMIA: MUDANÇAS NECESSÁRIAS PARA PROFESSORES E ESTUDANTES RUMO AO “NOVO NORMAL”

A EDUCAÇÃO BRASILEIRA PÓS PANDEMIA: MUDANÇAS NECESSÁRIAS PARA PROFESSORES E ESTUDANTES RUMO AO “NOVO NORMAL”

O ensino é um processo pelo qual, tradicionalmente, figuram alunos e professores, mediados por recursos de aprendizagem. Os avanços tecnológicos e as demandas impostas pela sociedade e setores produtivos, têm moldados tais recursos ao longo das últimas décadas, de modo deliberado, em favor de interesses de governos, instituições de ensino e de comodidade para os estudantes. Entretanto, uma nova e inesperada situação de pandemia, impôs para os gestores de ensino um novo desafio: realizar o processo e ensino e aprendizagem por meio do ensino remoto.

Tal demanda, repercutiu ao longo de 2020, ano esse, que entrará para os livros de história das próximas gerações, como um ano em que a sociedade se privou de muitos serviços, precisou se reinventar, buscar soluções e manter, dentro das possibilidades, uma “nova normalidade”, da qual a educação é um dos agentes envolvidos, assim como terá efeitos por toda a década seguinte. O setor público, em função de suas leis, normativas e regulamentos que a norteiam, está apresentando alternativas, em função de suas demandas, de modo que respeitem as particularidades de cada eixo tecnológico de formação, capacitação docente e recursos tecnológicos disponíveis pelas instituições e seus estudantes.

Questionamentos sobre a utilização do ensino remoto têm se dado, a partir de estudantes e educadores, pois a imposição do ensino remoto para quem cursa ensino presencial é legítima. O acesso ou não aos recursos tecnológicos pode dificultar a aprendizagem? Os impactos econômicos gerados pela pandemia, como desemprego, suspensão de contratos de trabalho e a diminuição de renda das famílias afetam o ensino e aprendizagem? A estruturação familiar do estudante oferece condições estruturais adequadas como espaço e privacidade para o estudo em suas casas? A saúde mental de estudantes e professores tem sido levada em consideração na operacionalização do ensino remoto?

É necessário repensar as práticas pedagógicas impostas pelas limitações e impactos oportunizados pela pandemia do Covid 19 no ensino, assim como levantar informações junto aos discentes sobre a aprendizagem no período, impressões, dificuldades, vantagens e prejuízos, e finalmente repensar novos modelos para atender a esta demanda, durante o período de ensino remoto.

Nesse período têm surgido diversas literaturas e materiais didáticos produzidos, visando refletir sobre essa situação. Seja pelo fato de tais produções de conhecimento sobre o tema estejam sendo construída, concomitantemente à crise mundial na saúde pública, ou pela dificuldade em realizar comparações com situações semelhantes, pois nas últimas décadas, não observou-se situação tão complexa como a pandemia.

Esses estudos podem contribuir socialmente, pois seus resultados podem apresentar insights para gestores educacionais, no repensar métodos de ensino e todas as demandas que os discentes trazem consigo, e finalmente metodologicamente, por se utilizar de um método de pesquisa quali-quantitativa, tendo como estratégia a aplicação de questionários e a pesquisa-ação, onde os atores envolvidos são os próprios narradores da experiência.

Os agentes públicos, escolas particulares e públicas, empresas educacionais e editoras, devem estar atentas às novas particularidades das demandas que serão levantadas a partir de agora. E assim, os profissionais da educação devem estar preparados para atender aos novos projetos educacionais, com a utilização dos recursos digitais em favor da aprendizagem de crianças, jovens e adultos no Brasil.

  • Texto elaborado pelo professor Dr. Adriano Stadler
  • Doutor em Administração e Turismo
  • Professor do campus Curitiba do Instituto Federal do Paraná
  • 20/01/2021
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