Sobre esta obra

A presente obra tem por finalidade o fomento de ideias e reflexões sobre o “Exercício do Comando” em Unidades Operacionais Policiais Militares de todo Brasil, a saber: Batalhões, Companhias, Pelotões e Destacamentos Policiais-Militares1, cujo pano de fundo é a Gestão de Pessoas ancorada na Teoria Geral dos Sistemas.
Muito do que vou discorrer, de fato, já foi visto nos bancos acadêmicos de formação, contudo o grande debate atual é o “como fazer”, a gestão que fica por conta de cada Comandante (Oficial ou Praça), o qual será considerado também como Gestor Público. Outro aspecto relevante deste trabalho é que o assunto não tem a pretensão de se esgotar em si mesmo, muito pelo contrário, é justamente o resultado da prática das ideias aqui apresentadas que nos interessa, pois acreditamos na ajuda mútua e no crescimento coletivo, na medida dos respectivos esforços.
É claro que cada Comandante, que se digne Gestor Público, tem sua marca indelével e deixará seu legado na Unidade, entretanto, considerando suas características singulares, entendo que seja possível conciliar aspectos estratégicos corporativos.
Dito isto, algumas mudanças fazem-se necessárias após a assunção do Comando, a exemplo das escalas de serviço, melhorias das instalações físicas, implantação de policiamentos mais apropriados e direcionados, instruções específicas ao efetivo, tudo somado à preocupação com redução dos crimes de forma geral. Estes são apenas aspectos iniciais no exercício do comando, porém o que é para ser uma missão rotineira, comandar uma Unidade Operacional, vai muito mais além.
Perceba que se trata de uma grande oportunidade para colocar em prática todo o conhecimento teórico adquirido nos bancos acadêmicos e conciliar com as experiências ao longo da carreira. Para o efetivo êxito da missão, faz-se necessário um período de adaptação, ou seja, um momento de transição entre aquele que deixa o comando e o que assume a função, mesmo com as atividades em andamento. Este período servirá para o Comandante que chega na Unidade analisar possíveis relatórios, conhecer a tropa a seu comando, reconhecer o território de circunscrição delimitado e saber de crimes na região onde servirá, além de visitar autoridades civis, militares, líderes comunitários e religiosos.
A partir de então, será possível estabelecer um diagnóstico sobre a Unidade que vai comandar. O presente plano de trabalho sugere a confecção de um planejamento das ações a serem desenvolvidas, contendo metas de curto, médio e longo prazo.
Utilizando-se de ferramentas próprias da Gestão de Pessoas, o que chamaremos de “Boas Práticas”, com base numa profunda análise criminal, aliada a um perfeito processo de substituição no Comando, o Gestor Público terá em mãos ferramentas poderosas para o exercício do comando.
Após 1 (um) mês de Comando, será possível apresentar ao seu comandante imediato um breve Relatório de Gestão no qual será possível visualizar a “Análise de Cenário” feita e, por conseguinte, o “Diagnóstico” da Unidade feito pelo seu comando e, com base neste relatório, preparar seu Plano de Comando com as Boas Práticas a serem implementadas, a “Análise Criminal” da sua região e as metas de curto, médio e longo prazo.